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Câncer de Mama: É possível prevenir?

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O câncer de mama, embora também ocorra no sexo masculino, é mais prevalente na população feminina. Segundo o Instituto Nacional do Câncer para o triênio de 2023 a 2025, estima-se 73.610 casos de câncer de mama, sendo o mais incidente no país depois do câncer de pele não melanoma. Tendo em vista essa alta prevalência é importante pensar na seguinte questão: é possível prevenir o câncer de mama?

Estudos referem a possibilidade de prevenção de alguns tipos dos cânceres, pois cerca de 80 a 90% destes estão associados a hábitos de vida e outros fatores modificáveis (TAPETY et al., 2013). Na área da saúde, é comum a realização de estudos para identificar fatores de risco, distinguindo entre aqueles que podem ser modificados e aqueles que não podem.

Com relação ao câncer de mama diversos estudos já foram realizados neste sentido, sendo encontrados como principais fatores de risco não modificáveis se do sexo feminino, a idade, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade ou paridade tardia, história familiar e alteração dos genes BRCA1 e BRCA2 (DIAS; FLOTÉ; VALEJO, 2021).

Por outro lado como fatores modificáveis temos:

  • Consumo de álcool: o consumo excessivo de álcool está associado a um maior risco de câncer de mama, uma vez que o uso regular de álcool acima de 60 gramas por dia, gera como produto metabólico o acetaldeído que é carcinogênico, mutagênico, estimulador da produção de estrogênio e imunodepressor (SILVA; RIUL, 2012).
  • Obesidade: Estar acima do peso ou obeso aumenta o risco de câncer de mama de 1,5 a 3,5 vezes, principalmente após a menopausa, tendo em vista que o tecido adiposo secreta proteínas pró-carcinogênicas (NOGUEIRA et al., 2020).
  • Sedentarismo: A falta de atividade física regular está relacionada ao risco aumentado de câncer de mama. Estudos mostram que mulheres que praticam atividade física têm o risco para o câncer de mama reduzido de 20% a 40% (MUNHOZ et al., 2016).
  • Dieta inadequada: Uma dieta rica em alimentos ultra processados, gorduras saturadas e pobre em frutas, vegetais e fibras pode aumentar o risco para o câncer de mama. Principalmente alimentos ultraprocessados como como por exemplo, salsicha e outros que em sua composição apresenta óleos, gorduras, proteínas, amido modificado, aromatizantes e realçadores de sabores, vários aditivos usados durante a preparação, podem levar a mutações no material genético, ou seja, tornarem-se carcinogênicos (JESUS; FERREIRA; SILVA; 2022).
  • Uso de anticoncepcionais orais e terapias de reposição hormonal: Esses medicamentos podem ter associação com um maior risco principalmente para aqueles que associam estrogênio + progesterona, e seu uso deve ser discutido com um profissional de saúde e demanda mais pesquisas envolvendo seus efeitos carcinogênicos (WEBER et al., 2022).

Portanto, cabe ressaltar a importância de atuar sobre estes fatores modificáveis mantendo uma alimentação saudável com consumo de vegetais, legumes e frutas, realizando atividade física regularmente, reduzindo o consumo de álcool e ultra processados, realizando prevenção ou tratamento da obesidade e por fim garantindo o acompanhamento médico em casos de  uso de terapias hormonais.

 

 

Escrito por: Laís Ferreira Felício – Discente do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa e integrante da equipe de pesquisadores da MEDYES;

Revisado por: Flávia Barbosa Batista de Sá Diaz – Docente do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa e orientadora da equipe de pesquisadores da MEDYES.

 

REFERÊNCIAS:

NOGUEIRA, TR; ARAÚJO, CGB de; CALDAS, RDC; MACIEL, EM e; SILVA, M. da CM; RODRIGUES, GP Obesidade e Cancro da Mama: Algumas evidências científicas e formas de interação. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, [S. l.] , v. 4, pág. e84942675, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i4.2675. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/2675. Acesso em: 5 out. 2023.

 

DIAS, Caroline Ribeiro; FLOTÉ, Laryssa Marina; VALEJO, Fernando Antonio Mourão. OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NEOPLASIA MALIGNA DE MAMA: revisão integrativa. Colloquium Vitae, [S.L.], v. 13, n. 3, p. 49-61, 27 jun. 2022. Associação Prudentina de Educação e Cultura (APEC). http://dx.doi.org/10.5747/cv.2021.v13.n3.v341.

 

WEBER, Julia Balthazar et al. Relação da Terapia de Reposição Hormonal com a incidência e mortalidade no Câncer de Mama: uma revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Médico, [S.L.], v. 14, p. 1-9, 19 ago. 2022. Revista Eletrônica Acervo Saúde. http://dx.doi.org/10.25248/reamed.e10766.2022.

 

TAPETY, Fabrício Ibiapina et al. Risk factors associated with breast cancer patients in Teresina, Piauí, Brazil. Journal of Research Fundamental Care On Line, Piauí, p. 91-103, 1 dez. 2013. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/5057/505750944011.pdf. Acesso em: 4 out. 2023.

MUNHOZ, Mariane Pravato et al. Efeito do exercício físico e da nutrição na prevenção do câncer. Revista Odontológica de Araçatuba, v. 2, pág. 09-16, Maio/Agosto, 2016. Disponível em: https://revaracatuba.odo.br/revista/2016/08/trabalho5.pdf . Acesso em: 5 out. 2023.

 

JESUS, Ana Caroline Silva de; FERREIRA, Karla Daniela; SILVA, Cleber Sipoli da. A influência dos fatores de risco nutricional no desenvolvimento do câncer de mama. Rev Liberum Accessum, v. 2, pág. 137-145, jun. 2022. Disponível em: file:///C:/Users/laisf/Downloads/171-668-1-PB.pdf . Acesso em: 5 out. 2023.

 

SILVA, Pamella Araújo da; RIUL, Sueli da Silva. Câncer de mama: fatores de risco e detecção precoce. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 6, pág. 1016-1021, nov-dez 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/TMQQbvwZ75LPkQy6KyRLLHx/?format=pdf&lang=pt . Acesso em: 5 out. 2023.