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Qdenga chega ao SUS em 2024: Brasil é o primeiro país a aplicar vacina contra a Dengue gratuitamente.

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Por Laís Felício

Na última quinta-feira (21/12/2023), o Ministério da Saúde do Brasil anunciou um marco para a saúde pública, sendo o Brasil o primeiro país do mundo a incorporar a vacina Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS), um sistema público e universal. A Qdenga, desenvolvida pela Takeda, é um imunizante contra a dengue que será inicialmente disponibilizado de forma limitada, devido à capacidade restrita de fornecimento de doses pelo fabricante. A decisão de incorporar a vacina ao SUS veio da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) que recomendou a inclusão da Qdenga, considerando a relação custo-benefício e a importância do acesso apropriado da população à imunização. Além disso, a Qdenga já havia sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano para ser registrada como um novo imunizante contra a dengue. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia a vacina Qdenga é um imunizante tetravalente, de vírus vivo atenuado, que deve ser administrado em 2 doses com intervalo de 3 meses entre as doses, independentemente do histórico de infecção. A Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos de idade, mas por ser de vírus vivo atenuado a vacina não é recomendada para gestantes, mulheres durante a amamentação, imunodeficientes e pessoas com hipersensibilidade à primeira dose.  A Ministra da Saúde Nísia Trindade relatou: “Seremos pioneiros ao oferecer acesso público a essa vacina como parte do SUS. Até o início do próximo ano, definiremos os grupos prioritários, considerando a limitação da Takeda em relação ao número de doses disponíveis.”

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), juntamente com a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), agora irão desenvolver as estratégias de distribuição das doses disponíveis, estabelecendo os grupos prioritários para a vacinação e identificando as áreas com maior prevalência da dengue para a aplicação das doses. A previsão é que a Takeda forneça 5.082 milhões de doses em 2024, distribuídas entre fevereiro e novembro. Segundo o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS),  a incorporação da Qdenga reafirma o compromisso com a saúde da população. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde houve uma redução de 44% do preço por dose, que passou de R$ 170,00 para R$ 95,00, sendo que o valor economizado é destinado a saúde pública.

Essa implementação no SUS veio em resposta aos índices expressivos de dengue em 2022 e a presença simultânea dos quatro sorotipos do vírus em 2023. Com isso, houve um aumento do investimento em ações preventivas, que já teve como resultado a inauguração da Sala Nacional de Arboviroses (SNA) para um monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue, chikungunya e Zika, e agora a incorporação da Qdenga ao Sistema Único de Saúde.

Polifarmácia na População Idosa: impacto na saúde e estratégias de manejo

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Polifarmácia na População Idosa: impacto na saúde e estratégias de manejo

“A polifarmácia é altamente prevalente na pessoa idosa, tendo em vista os diversos fatores de risco apresentados por essa população e traz efeitos adversos decorrentes do uso inadequado ou da interação medicamentosa, muitas vezes presentes nas medicações de consumo regular.”

 

Foto retirada do Freepik

O QUE É POLIFARMÁCIA?

A polifarmácia segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) envolve a utilização simultânea e regular de quatro ou mais medicamentos, seja com ou sem prescrição médica, por parte de um paciente. Outras literaturas sugerem que a polifarmácia é o uso regular de 5 ou mais medicamentos (MORAES et al., 2018).

Apesar destas divergências no conceito da polifarmácia, o foco principal em discussão aqui são os efeitos que o uso concomitante de diversos medicamentos pode causar, principalmente na população idosa que muito comumente é afetada por policomorbidades. Em um estudo realizado para avaliação da polifarmácia em idosos institucionalizados concluiu-se que o número de diagnósticos era diretamente proporcional ao número de medicamentos regulares, ou seja, quanto mais comorbidades o idoso apresentava maior o número de medicamentos que tomava diariamente (LUCCHETTI et al., 2010).

RISCOS E EFEITOS

Além disso, cabe elencar que há uma alta prevalência de polifarmácia em idosos em atendimento domiciliar. Um estudo realizado em Montes Claros-MG avaliou cerca de 130 idosos cadastrados em um programa de Atendimento Domiciliar identificou que 52,7% da amostra havia a presença da polifarmácia, concluindo que é necessário que os profissionais deste setor estejam atentos ao número de fármacos prescritos, pois estes geram impactos no custo, na adesão ao tratamento proposto e desencadeiam aumento das taxas de internação (SANTANA et al., 2017).

Outro estudo aborda o porquê dos idosos estarem em maior risco de sofrer com os  efeitos adversos com o uso regular de polimedicamentos, sendo apontadas alterações farmacocinéticas, como diminuição do funcionamento de órgãos, diminuição da massa muscular e aumento da massa gorda; alterações farmacodinâmicas, como o aumento da sensibilidade aos medicamentos e alteração dos mecanismos homeostáticos; alterações na capacidade funcional, como os déficits visuais, auditivos, artrites, diminuição do tônus muscular e equilíbrio; alterações na capacidade cognitiva, como a dificuldade em recordar novas instruções, problemas de memória ou de compreensão; além das multipatologias, que como mencionado anteriormente aumentam a possibilidade de interações medicamentosas nos idosos (WHEBERTH, 2011).

Um estudo realizado com um grupo de idosos institucionalizados elencou os efeitos dos principais fármacos inadequados em uso pelos pacientes avaliados, apresentando os seguintes efeitos adversos: risco de hipotensão e constipação; bradicardia e exacerbação da depressão; prolongamento do efeito sedativo de alguns medicamentos levam ao aumento do risco de quedas e fraturas; problemas de intervalo QT (parte da função elétrica cardíaca) e risco de provocar torsades de pointes (subtipo de taquicardia ventricular polimórfica); confusão mental; hipoglicemia prolongada e síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético; além de boca seca e problemas urinários (CORRER et al., 2007).

COMO LIDAR COM A POLIFARMÁCIA?

Tendo em vista todos os problemas da polifarmácia supracitados, é importante trabalhar com estratégias de manejo para essas situações. Recomenda-se atualmente a despescrição, que consiste no processo de identificação e descontinuação de medicamentos desnecessários, inefetivos, inseguros ou potencialmente inadequados que deve ser feito pelo profissional em concordância com o paciente. A desprescrição deve levar em consideração fatores como: benefícios x danos dos medicamentos; adesão do paciente; objetivos do tratamento; expectativa de vida; comorbidades; e preferência do paciente (FERREIRA; FERREIRA; NETO, 2021).

Conclui-se, portanto, que a polifarmácia é altamente prevalente na pessoa idosa, tendo em vista os diversos fatores de risco apresentados por essa população e traz efeitos adversos decorrentes do uso inadequado ou da interação medicamentosa, muitas vezes presentes nas medicações de consumo regular.  Ademais, cabe aos profissionais da saúde como médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros, realizar constantemente reavaliações dos pacientes idosos e das prescrições dos mesmos a fim de proceder com o processo de desprecrição nos casos de polifarmácia.

Escrito por: Laís Ferreira Felício – Discente do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa e integrante da equipe de pesquisadores da MEDYES.

Revisado por: Flávia Barbosa Batista de Sá Diaz – Docente do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa e orientadora da equipe de pesquisadores da MEDYES.

REFERÊNCIAS

CORRER, Cassyano Januário et al. Riscos de problemas relacionados com medicamentos em pacientes de uma instituição geriátrica. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, Paraná, v. 43, ed. 1, p. 55-62, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcf/a/NYC66dLmTbVSqF7BnK4dptD/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 16 ago. 2023.

FERREIRA, Lucas Martins; FERREIRA, Mariana Pires; NETO, Vicente Spinola Dias. Description applied to polypharmacy. Brazilian Journal of Health Review, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 10464-10474, 13 maio. 2021. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/download/29718/23441/76221. Acesso em: 21 ago. 2023.

LUCCHETTI, Giancarlo et al. Fatores associados à polifarmácia em idosos institucionalizados. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, [S.L.], v. 13, n. 1, p. 51-58, abr. 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1809-98232010000100006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgg/a/DKympMdXr3Sw6qmNJGHgM5x/. Acesso em: 17 ago. 2023.

MORAES, Edgar Nunes de et al. Avaliação Multidimensional do Idoso. Curitiba: [s. n.], 2018. ISBN 978-85-66800-14-2. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-04/avaliacaomultiddoidoso_2018_atualiz.pdf. Acesso em: 19 ago. 2023.

SANTANA, Edileuza Teixeira et al. Prevalência de Polifarmácia em Pacientes Assistidos por um Programa de Atenção Domiciliar. In FEPEG 2018. Montes Claros, MG. Anais (on-line). Montes Claros: Unimontes, 2017. Disponível em: http://www.fepeg2018.unimontes.br/anais/ver/688085bd-bb20-4889-a32e-a69300b5a931. Acesso em: 23 ago. 2023.

WHEBERTH, Ana Paula Vilas Boas. Polifarmácia em Idosos. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família) – Universidade Federal de Minas Gerais, [S. l.], 2011. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9CGFTZ/1/monografia_ana_paula_vilas_boas_wheberth.pdf. Acesso em: 21 ago. 2023.

Humanização no Cuidado Domiciliar de Saúde: Ciência, perspectivas e desafios

By Gestão de Saúde, Inovação, Notícias No Comments

Muito se discute acerca dos efeitos da humanização do cuidado em saúde, mas, ainda, têm-se poucas análises sistemáticas quanto às suas reais potencialidades, sobretudo científicas. O elevado aprisionamento da grande maioria desses debates no campo teórico inviabiliza descobrimentos concretos, capazes de difundir as perspectivas de atenção humanizada de saúde em todos os serviços embasados no cuidado. Essa perspectiva, que vem ganhando espaço na área da saúde, preza pelo reconhecimento do ser acolhido com um indivíduo único, que demanda cuidados personalizados e que deve ser reconhecido como um ser detentor de anseios, desejos e necessidades singulares, não focando apenas na patologia ou disfunção de saúde.

Apesar disso, é fato que classifica-se como consenso, entre a grande maioria dos profissionais da saúde, que a humanização do cuidado é uma estratégia essencial para aproximar um indivíduo, em um contexto de vulnerabilidade de saúde, do seu processo de recuperação. Apesar disso, por que ainda não vemos esse recurso, capaz de melhorar a assistência de saúde, sendo consolidado nos serviços de saúde, incluindo o domiciliar? Convidamos você, leitor, a refletir conosco.   

A concepção de humanizar o cuidado não é atual. Há vários anos, pensadores e pesquisadores da área da saúde já reconheciam essa linha de pensamento como indispensável. Na história da Enfermagem, por exemplo, Florence Nightgale já previa a necessidade de se oportunizar um ambiente acolhedor ao ser humano que estivesse enfermo. A enfermeira Wanda Horta também reforçou essa premissa em sua teoria das Necessidades Humanas Básicas.

No contexto da atenção domiciliar, a necessidade de humanizar a assistência à saúde não é diferente. Sem dúvidas, dar a oportunidade de um enfermo ser assistido em seu lar, no conforto do lugar diante do qual possui um sentimento de pertencimento e segurança, é uma premissa alinhada à humanização, mas que nem sempre é o suficiente. Além de garantir essa possibilidade de acolhimento residencial, é importante que as pessoas envolvidas no processo saúde-doença tenham em mente a imprescindibilidade de, cada vez mais, dar maior dignidade ao corpo vivo, sejam elas familiares, profissionais da saúde, amigos. 

Os desafios são muitos. Nas redes hospitalares, a grande carga de trabalho sobre os profissionais da saúde, diversas vezes, inviabiliza a implementação de mecanismos de humanização da assistência, bem como o ambiente acelerado em questão. Em destaque, a má remuneração e baixa valorização de inúmeros profissionais da saúde também desestimula eles a debruçar sobre formas de humanizar os atendimentos. A falta de discussão acerca do tema, durante a formação acadêmica, também é um imbróglio que impede atendimentos mais acolhedores nas redes de atenção à saúde, sejam públicas ou privadas. 

Contudo, e como já explorado antes, a escassez de estudos voltados para a reflexão e para a idealização de estratégias para implementação das perspectivas humanistas de saúde na prestação de serviços direcionados à recuperação e manutenção do bem-estar humano coage e desestimula inovações e a própria estruturação de planos e políticas públicas para adoção e propagação dessas compreensões. 

A atenção domiciliar figura-se como um cenário passível de implementação e exploração de instrumentos para humanizar o acolhimento. Sabe-se que, em muitos casos, o acompanhamento de um domiciliado é contínuo, sem muitas intercorrências clínicas, o que pode favorecer o desenvolvimento de um clima estagnado , ou seja, sem muitas interações, principalmente entre o ser acolhido e o ser acolhedor. Diante disso, ressalta-se a importância de se desbravar os recursos de acolhimentos humanizados, para, principalmente, garantir que o processo de recuperação seja mais ágil e efetivo. 

Entre as táticas de humanização está a de aproximar o profissional da saúde do seu paciente-cliente. Assim, a assistência faz-se mais cômoda, pois um passa a conhecer melhor o outro. O profissional da saúde que conhece bem o indivíduo assistido pode oportunizar um tratamento mais personalizado, que esteja condizente com as reais necessidade dele, sem apenas focar em técnicas e protocolos, os quais muitas vezes não é o mesmo para diferentes pessoas. 

Por fim, é indispensável que esses princípios sejam amplamente divulgados, com o intuito de fomentar a busca por métodos capazes de ampliar a qualidade do cuidado. De fato, fechar os olhos para aquilo que traz luz e generosidade pode ser um fator perigoso para o cenário de reabilitação de saúde. Para reverter toda essa situação, é primordial a interação e estreitamento de relações  multiprofissionais dos segmentos profissionais da saúde, dos órgãos governamentais e, principalmente, no campo acadêmico-científico.   

  

Escrito por Cláudio Felipe de Oliveira – Acadêmico de Medicina vinculado à Afya Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga. 

Revisado por Flávia Batista Barbosa de Sá Diaz – Doutora em Ciências da Saúde vinculada à Universidade Federal de Viçosa. 

SETOR CIENTÍFICO MEDYES 

 

REFERÊNCIAS 

BACKES, DS et al. Contribuições de Florence Nightingale como empreendedora social: da enfermagem moderna à contemporânea. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 73, 2020.

FARIAS, FBB et al. Cuidado humanizado em UTI: desafios na visão dos profissionais de saúde. Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental online, v. 5, n. 4, p. 635-642, 2013.

MORETO, G; BLASCO, PG. Humanizando a Saúde: Preocupação ou Ocupação?. Archivos en Medicina Familiar. Vol, v. 21, n. 3, p. 85-88, 2019.

RODRIGUES, MC. HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM HOME CARE. Revista Eletrônica Ciência & Tecnologia Futura, v. 1, n. 2, 2021.

SANTOS, ECG et al. Processo de Enfermagem de Wanda Horta-Retrato da obra e reflexões. Revista Internacional de Historia y Pensamiento Enfermero, v. 15, p. e12520-e12520, 2019.

SARMENTO  IP,  SARMENTO  RP,  LISBOA  KO,  Bernardes  VRM,  Manso GG, Cardoso HC. A humanização na assistência à saúde:  uma  revisão  histórica  da  literatura.  Rev. Educ. Saúde. 2021;9(2): 78-87

SILVA, ID; SILVEIRA, MFA. A humanização e a formação do profissional em fisioterapia. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. suppl 1, p. 1535-1546, 2011.

VILA, V. da S.C; ROSSI, L.A. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade de terapia intensiva: “muito falado e pouco vivido”. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 10. n. 2, 2002.

ENTRE OS DIAS 12 E 20 DE MAIO OCORRE A SEMANA DA ENFERMAGEM

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Não medir esforços para cuidar do outro, mesmo quando as forças estão se esgotando, isso é ser enfermeiro!
(Marianna Moreno)

No dia 12 de maio, comemora-se o Dia Internacional da Enfermagem e o Dia do Enfermeiro, em homenagem a Florence Nightingale, precursora da enfermagem moderna, que nasceu em 12 de maio de 1820. No Brasil, entre os dias 12 a 20 de maio, é celebrada a Semana da Enfermagem, em homenagem a Florence Nightingale e Anna Nery, considerada a heroína da Enfermagem Brasileira.

Imagem: Freepik

A Enfermagem é uma das profissões mais importantes do mundo, pois é ela que oferece cuidado a seres humanos, seres multidimensionais e complexos, adaptando suas ações às necessidades próprias de cada indivíduo e ao contexto no qual ele se encontra inserido. Sendo, por essa razão, considerada uma arte. A arte de cuidar, a arte de restaurar, a arte de inspirar, a arte de mudar vidas, a arte de levar a luz da esperança a quem está passando por um momento difícil na sua vida. Florence Nightingale iluminava os frios e escuros quartos dos feridos da Guerra da Crimeia com sua lâmpada, objeto que se tornou o símbolo da enfermagem moderna. Ademais, a Enfermagem é considerada como núcleo na estrutura das profissões da área da saúde, no Brasil e no mundo, sendo sua presença na equipe essencial para gerenciar o cuidado em saúde.

Ser enfermeiro é uma labor que exige constante estudo e preparação, empatia, paciência, resiliência e sobretudo coragem. Coragem para deixar de lado os próprios medos e arriscar até a própria vida para salvar outras. Fato que ficou ainda mais evidente durante a pandemia da COVID-19, onde os enfermeiros se posicionaram na linha de frente de combate, sendo protagonistas na organização dos serviços de saúde para o enfrentamento da COVID-19, gerenciando e executando cuidados aos doentes de forma humanizada, e participando ativamente da imunização. Os enfermeiros enfrentaram a pandemia da COVID-19, assim como Florence Nightingale enfrentou a Guerra da Criméia e Anna Nery, a Guerra do Paraguai; com determinação e muito trabalho, tendo como principal objetivo a saúde e bem-estar coletivos.

Os profissionais de Enfermagem precisam perceber o grande potencial e valor que suas ações geram sobre a vida de cada pessoa que passa pelas suas mãos. Com a prestação do cuidado baseado em evidências científicas grandes resultados podem ser obtidos. Essa profissão merece reconhecimento e destaque. Por isso, a MedYes cumprimenta a todos os enfermeiros do nosso país e do mundo, agradecendo pela sua dedicação e compromisso com a saúde da população e destacando a árdua labor que dia a dia realizam, a qual é o pilar principal para o funcionamento do sistema de saúde.

 

Escrito por: Karla Adriana Quispe Pineda, discente do curso de Enfermagem da
Universidade Federal de Viçosa.
Revisado por: Flávia Barbosa Batista de Sa Diaz, doutora em Ciências da Saúde
e docente do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa.

 

Referências Bibliográficas:
[1] BACKES, D. S. et al. Contribuições de florence nightingale como empreendedora
social: da enfermagem moderna à contemporânea. Revista Brasileira de
Enfermagem, v. 73, 2020.
[2] PERES, M. A. de A. et al. Reconhecimento a Anna Justina Ferreira Nery: mulher
e personalidade da história da enfermagem. Escola Anna Nery, v. 25, 2020.
[4] LIMA, V. S. de M. et al. Enfermagem: Arte ou ciência. REVISTA DA JOPIC, v. 3,
n. 6, 2020.
[6] SILVA, V. G. F. da et al. Trabalho do enfermeiro no contexto da pandemia de
COVID-19. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 74, 2021.

SERÁ O FIM DA PANDEMIA? APÓS TRÊS ANOS, A OMS DECRETA FIM DA EMERGÊNCIA SANITÁRIA MUNDIAL

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Após a Organização Mundial da Saúde ter classificado a propagação do coronavírus como uma emergência sanitária de caráter planetário no dia 30 de janeiro de 2020, o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) decidiu sugerir o fim dessa rotulação na última sexta (05/05/2023), em Genebra, cidade suíça. Essa sugestão foi acatada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.

Imagem: Reprodução / Internet

Segundo Tedros, tal medida ocorreu devido à queda no número de casos da doença em todo mundo, diminuição de hospitalizações e internações em Unidades de Terapia Intensiva e, também, ao aumento da cobertura vacinal contra a enfermidade. Entretanto, o diretor máximo da organização ressaltou que a disseminação da Covid-19 ainda é uma realidade, citando que, na semana do anúncio em questão, uma pessoa morrerá a cada três minutos, devido à contaminação pelo SARS-CoV-2. Ghebreyesus salientou que os países precisam continuar criando estratégias para contornar os efeitos desse cenário. 

O líder da OMS também registrou, em seu discurso, que, ao longo da pandemia, cerca de 7 milhões de pessoas morreram em razão da doença, sendo que esse número pode chegar a 20 milhões devido à falta de dados de alguns países. Ainda, Ghebreyesus classificou o período de crise sanitária como um evento mais grave que uma pandemia, tendo em vista os impactos econômicos, sociais, políticos e, sobretudo, psicológicos.

 

REPERCUSSÃO NO BRASIL 

  

Após a declaração do diretor-geral da OMS, a ministra da saúde brasileira Nísia Trindade comemorou a decisão e ressaltou que ela ocorreu graças à capacidade da vacinação salvar vidas. De acordo com a ministra, os brasileiros precisam continuar a receber os imunizantes contra a covid-19, tendo em vista que sua circulação, no país, ainda é uma realidade. Também frisou que as notícias falsas relacionadas à segurança e à eficácia dos imunobiológicos devem ser duramente combatidas. Nísia Trindade lembrou dos 700 mil mortos no Brasil e dos 37,4 milhões de casos, destacando que a memória de cada vida perdida precisa ser utilizada como fonte de engajamento para reparar a dor das famílias que perderam algum ente e para que futuras pandemias não ocorram.

Em seu pronunciamento à nação, no dia sete de maio, Nísia Trindade enfatizou que o vírus continua a sofrer mutações e que há a predominância de infecções ocasionadas pela variante ômicron e suas sub linhagens no país. Ademais, alertou que a grande maioria dos óbitos decorrentes da enfermidade são de pessoas que não receberam a quantidade de vacinas necessárias para sua proteção, além de engrandecer a contribuição de pesquisadores e profissionais da saúde nas ações contra o coronavírus.   

 

FIM DA LINHA PARA A PANDEMIA? 

Segundo a líder técnica para Covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove, ainda não é possível dizer que a pandemia terminou. Veja o que Kerkhove disse sobre a classificação de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional: 

“Essa definição indica que a situação é séria, repentina, pouco comum e inesperada, carrega implicações para a saúde pública que vão além das barreiras dos países afetados e pode exigir ações internacionais imediatas.” 

A classificação visa instigar as nações a traçarem estratégias para evitar sérios danos decorrentes de uma doença:

“A ideia de declarar emergência em saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da Organização Mundial da Saúde, é coordenar ações imediatas antes que a situação se torne ainda mais grave e potencialmente uma pandemia”

A líder confirma que o termo “pandemia” continua: 

“No caso da covid-19, temos ambas as situações: uma emergência em saúde pública de importância internacional e também uma pandemia. Embora o diretor-geral tenha falado na capacidade do mundo de se unir para acabar com a emergência em nível global neste ano de 2023, podemos ainda seguir com a pandemia por um bom tempo, porque esse vírus está aqui conosco para ficar. O que significa que temos que tomar ações, melhorar todo o nosso sistema para podermos reduzir o impacto da covid-19 daqui para frente.”

 

– Escrito por Cláudio Felipe de Oliveira – Acadêmico de Medicina vinculado ao Instituto Metropolitano de Ensino Superior (IMES).

– Revisado por Flávia Barbosa Batista de Sá Diaz – Doutora em Ciências da Saúde e docente de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Setor científico MedYes 

   

 

REFERÊNCIAS:

Covid-19: fim da emergência não altera status de pandemia. Agência Brasil. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-05/covid-19-fim-da-emergencia-nao-altera-status-de-pandemia>. Acesso em: 9 maio. 2023.

‌Em pronunciamento nacional, ministra da Saúde reforça a importância de intensificar a vacinação contra a Covid-19. Ministério da Saúde. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/maio/em-pronunciamento-nacional-ministra-da-saude-reforca-a-importancia-de-intensificar-a-vacinacao-contra-a-covid-19>. Acesso em: 9 maio. 2023.

Imunização é fundamental contra casos graves e mortes por Covid-19, mesmo com o fim da emergência de saúde global. Ministério da Saúde. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/maio/imunizacao-e-fundamental-contra-casos-graves-e-mortes-por-covid-19-mesmo-com-o-fim-da-emergencia-de-saude-global>. Acesso em: 9 maio. 2023.

OMS declara que Covid-19 não é mais uma Emergência Global de Saúde | ONU News. Disponível em: <https://news.un.org/pt/story/2023/05/1813942>. Acesso em: 9 maio. 2023.  

OMS declara fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional referente à COVID-19 – OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde. Disponível em: <https://www.paho.org/pt/noticias/5-5-2023-oms-declara-fim-da-emergencia-saude-publica-importancia-internacional-referente>.

PRONUNCIAMENTO DA MINISTRA DA SAÚDE, NÍSIA TRINDADE. TV BrasilGov. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GIdovoF2zbE&ab_channel=TVBrasilGov>. Acesso em: 9 maio. 2023.

 

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A DEPRESSÃO VISTA COMO “MAL DO SÉCULO” APÓS A PANDÊMIA DE COVID-19

By Notícias, Saúde mental One Comment

José Saramago, escritor português, em sua obra “O ensaio sobre a cegueira”, deixa os cidadãos de uma cidade cegos. De forma idêntica à ficção do autor, metaforicamente, a população brasileira se encontra cega, em sua maioria, diante do crescimento demasiado da depressão no país, em particular durante e após a pandemia do Covid-19. Um estudo realizado com estudantes evidenciou que no período pandêmico os mesmos apresentaram níveis significativamente mais elevados de depressão, ansiedade e estresse comparativamente aos que integraram o estudo no período não pandêmico (MAIA, B.; DIAS, P. 2020). Esses resultados vão ao encontro de outros estudos internacionais que analisaram o efeito psicológico da COVID-19 e de outras pandemias (Wang et al., 2020; Weiss & Murdoch, 2020).

Em uma primeira instância, é válido destacar que a depressão é uma doença psiquiátrica que afeta o emocional, físico e psicológico, e tem como sintomas recorrentes a ansiedade, desânimo, irritabilidade, apatia, fadiga entre outros. A doença se tornou mais proeminente no ano de 2020, no qual a pandemia do coronavírus se instalou muito em consequência do isolamento social. Com as relações interpessoais restringidas, o contato físico escasso e o mundo externo restrito, criou-se o cenário perfeito para o aumento dos casos de depressão e ansiedade entre as pessoas. 

É nítido o impacto não somente social e econômico, mas também emocional e psicológico da pandemia, visto que o ser humano tende a necessitar do contato físico para manter interações e relações saudáveis entre si.

Destaca-se que a depressão age de forma lenta, uma vez que, os sinais como ansiedade, insônia, cansaço excessivo começam a aparecer com certa frequência e de maneira constante até que o indivíduo desenvolva para um estado depressivo. Nesse contexto, é válido pontuar que o sistema nervoso é responsável por receber e decifrar informações de todas as partes do nosso corpo, por outro lado, no quadro depressivo essa comunicação fica prejudicada, já que o cérebro sofre várias alterações químicas que prejudicam esse processo e desencadeiam sentimentos pessimistas e negativos. 

O tratamento da doença que em casos mais severos consistem em usos de antidepressivos (fluoxetina, sertralina, clomipramina etc) que funcionam como inibidores da recaptura de monoaminas, responsáveis por atuarem no corpo como neurotransmissores de hormônios causadores da felicidade, bem-estar, prazer etc, como a noradrenalina, serotonina e dopamina. Ademais, atividades ao ar livre, e/ou em conjunto com outras pessoas, além de meditação, também podem ajudar a reduzir a ansiedade e, por conseguinte, a depressão. Também, o acompanhamento psicológico é de extrema importância e fundamental para a intervenção da doença, uma vez que a conversa terapêutica com o profissional auxilia na redução dos sintomas e por fim, na cura da doença.

Escrito por Anna Beatriz Ferreira Ramos (Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa)

Revisado por Flávia Batista Barbosa de Sá Diaz, Prof. DEM/UFV

 

REFERÊNCIAS:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942006000300012

https://www.scielo.br/j/estpsi/a/k9KTBz398jqfvDLby3QjTHJ/?lang=pt#:~:text=Os%20estudantes%20que%20integraram%20o,negativo%20da%20pandemia%20nos%20estudantes

https://www.danonenutricia.com.br/adultos/saude/depressao–processos-quimicos-cerebro 

Os desafios do envelhecimento feminino

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As mulheres idosas enfrentam uma série de desafios que impactam diretamente em sua qualidade de vida e bem-estar. Segundo dados do IBGE sobre a projeção populacional do Brasil por sexo e idade, em 2023 o país contará com uma população feminina de 18.3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que corresponde a cerca de 55,54 % do total de idosos no país. Se por um lado temos o aumento da expectativa de vida das mulheres, por outro temos grandes desafios relacionados à saúde, à violência, à pobreza e à exclusão social.

Um dos principais embates vivenciados pelas mulheres idosas é a discriminação, que vem em dose dupla, pela idade e gênero, muitas vezes tornando-as invisíveis para a sociedade. Segundo a OMS (2015), as pessoas idosas são frequentemente vistas como um grupo homogêneo, sem reconhecimento de suas diferentes necessidades e realidades, sendo vítimas da chamada discriminação etária. Além disso, no caso das mulheres essa discriminação é somada a desigualdade de gênero levando à dificuldade de acesso a serviços públicos e privados, como saúde, educação e trabalho, bem como à falta de representação política.

Imagem de ação realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos. Foto: Sandro Barros / PMO- Imagem Licenciada.

 

Além disso, vale destacar aqui outro grande problema para mulher idosa que é violência, que pode ser psicológica, física, verbal, financeira e/ou negligências. O ambiente familiar é o principal palco destes episódios, que muitas vezes são realizados pelos filhos, cônjuges, netos e/ou cuidadores. A violência desencadeia vários problemas nestas mulheres gerando tristeza, raiva, medo, tendo efeito negativo em sua saúde (MORILLA; MANSO, 2021).

Outro desafio enfrentado pelos idosos é a pobreza. Segundo a OMS (2015), as mulheres idosas são mais propensas do que os homens a viver em situação de pobreza, devido a uma série de fatores, como menor participação na força de trabalho remunerada e salários mais baixos.

A falta de autonomia e independência é mais um desafio que afeta as mulheres idosas, a diminuição da mobilidade, a perda da visão e da audição e outras limitações físicas que podem surgir dificultam a realização de atividades diárias básicas, como cuidar de si mesmas e de suas casas. Isso pode levar a sentimentos de frustração, dependência e desesperança, já que estudos evidenciam nos relatos de mulheres idosas o desejo pela manutenção dessa autonomia, seja nos afazeres domésticos ou em outras atividades (Merighi et al., 2012)

Assim sendo, as mulheres idosas enfrentam uma série de desafios que têm impacto direto no seu bem estar físico, social e psicoespiritual exigindo uma abordagem profissional multidisciplinar e integrada para serem superados. É necessário que os profissionais, a família e a comunidade reconheçam as diferenças e necessidades específicas das mulheres idosas, proporcionando-lhes acesso a serviços e recursos que lhes permitam envelhecer com dignidade e respeito.

Escrito por: Laís Ferreira Felício – Discente de Enfermagem da UFV e membro da equipe de pesquisadores da MedYes.

Revisado por: Flávia Batista Barbosa de Sá Diaz – Doutora em Ciências da Saúde e Docente da UFV

 

REFERÊNCIAS:

IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica.

Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2000-2060.

MERIGHI, Miriam Aparecida Barbosa et al. Mulheres idosas: desvelando suas vivências e necessidades de cuidado. Rev Esc Enferm USP, [S. l.], p. 408-414, 30 jul. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/kjk9CmvcHVjVkRpDHp6bNjt/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 18 mar. 2023.

MORILLA, J. L.; MANSO, M. E. G. A violência contra a mulher idosa no Brasil e os fatores relacionados ao tema: uma revisão integrativa. VITTALLE – Revista de Ciências da Saúde, [S. l.], v. 33, n. 2, p. 66–82, 2021. DOI: 10.14295/vittalle.v33i2.12328. Disponível em: https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/12328. Acesso em: 20 mar. 2023.

OMS. Organização Mundial de Saúde. Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde. Genebra: OMS, 2015.

VACINA BIVALENTE CONTRA COVID-19: SAIBA MAIS SOBRE ESSE IMUNIZANTE ATUALIZADO

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O assunto do momento, dentro das discussões imuno-científicas do país é a vacina bivalente contra o coronavírus. Mas, você sabe o que é, qual a diferença e o objetivo desse novo imunizante? A MedYes te explica! 

Mas, antes de tudo, é importante relembrar o que é uma vacina e qual seu objetivo. As vacinas são substâncias que contém alguma informação genética atrelada a algum tipo de vírus que, em contato com o sistema imunológico humano, não é capaz de provocar a doença associada ao vírus. No entanto, o organismo percebe que os componentes genéticos presentes na vacina não são próprios do corpo, fazendo com que as defesas celulares produzam elementos de proteção que ficarão armazenados dentro do corpo humano, chamados de anticorpos, os quais apresentam a função de atacar e neutralizar corpos estranhos e maléficos à saúde. Após isso, quando um vírus de verdade entra em contato com o sistema imunológico, este terá a capacidade de se defender rapidamente, tendo em vista que já possui anticorpos prontos para serem usados. Dessa forma, o organismo humano, após ter tomado a vacina, apresenta vantagem imunológica diante de uma infecção viral.   

Depois desse resgate de ideias, voltaremos para o contexto da vacina contra o coronavírus. Após o início da pandemia, em 2020, intensificou-se a busca por uma vacina que oferecesse proteção adequada e eficiente para os humanos. Já em Março desse mesmo ano, uma candidata entrou em fase de testes clínicos, o que foi considerado um avanço sem precedentes para a ciência, tendo em vista a rapidez desse processo de pesquisa, o qual respeitou todos os protocolos científicos. No início de 2021, as primeiras vacinas contra o coronavírus chegaram aos braços dos primeiros brasileiros no estado de São Paulo, após o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).   

Com o passar do tempo, o vírus da Covid-19 foi se modificando, ou seja, sendo protagonista de alterações genéticas em si próprio, o que chamamos de mutações. Essas mutações reduzem a eficácia das vacinas a longo prazo, o que exige que elas sejam remodeladas. Atualmente, a variante Ômicron é a que mais preocupa a Organização Mundial da Saúde (OMS) e também todas as organizações de promoção da saúde. Diante disso, os laboratórios farmacêuticos, produtores de vacinas contra covid, dedicaram-se em atualizar as vacinas que antes eram chamadas de monovalente para bivalentes. 

As vacinas bivalentes, também chamadas de segunda geração, são imunobiológicos atualizados, ou seja, capazes de induzir o corpo a produzir anticorpos contra as novas variações do vírus SARS-CoV-2, principalmente a ÔMICRON e suas sub variantes, além da cepa original. Dessa forma, ela confere maior proteção à pessoa que a recebe, pois esta pessoa está protegida contra um maior espectro de variações de vírus que causam a covid-19, reduzindo as chances de desenvolver a forma grave da doença e, até mesmo, de ir a óbito.  

O Brasil iniciou a aplicação dessa nova geração de vacinas em fevereiro de 2023, com alguns grupos prioritários: idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Cidadãos que não se enquadram nesses grupos, continuam a receber vacinas contra a doença normalmente, só que com a monovalente. Isso se deve porque a bivalente é direcionada, por enquanto, para pessoas que apresentam o sistema imunológico comprometido, com maior vulnerabilidade, bem como com maiores chances de desenvolverem a forma grave da doença ou de falecerem se infectados. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, outras faixas etárias e outros grupos de pessoas devem ser incluídos no público alvo ao longo do ano, acesse o cronograma no Site do Ministério da Saúde. Por isso, é importante sempre ficar atento a essas mudanças.  

Ainda, é importante ressaltar que, indivíduos desses públicos alvos, para receberem a vacina bivalente, precisam ter terminado o ciclo de imunizações com o imunobiológico monovalente, composto por, no mínimo, duas doses. A dose bivalente precisa respeitar um prazo de, pelo menos, 4 meses desde a última dose monovalente recebida. 

A população idosa possui preferência no recebimento dessas doses bivalentes, as quais possuem a mesma eficácia das monovalentes, além de apresentarem o mesmo mecanismo de atuação dentro do organismo humano. Com o passar da idade, o sistema imunológico tende a se enfraquecer, aumentando as chances de que um quadro de enfermidade viral se agrave. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), diante de um cenário de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG), pessoas com mais de 55 anos apresentam maiores chances de irem a óbito. Portanto, você que está apto a vacinar-se com a vacina bivalente, não perca tempo e proteja você e as pessoas à sua volta. Junte-se à luta contra o coronavírus! As vacinas bivalentes são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS).           

                      

Escrito por Cláudio Felipe de Oliveira – Acadêmico de Enfermagem vinculado à UFV

Revisado por Flávia Barbosa Batista de Sá Diaz – Doutora em Ciências da Saúde e docente de Enfermagem da UFV

Setor científico MedYes 

 

Referências:

CARVALHO, Eleonora de Magalhães et al. Vacinas e redes sociais: o debate em torno das vacinas no Instagram e Facebook durante a pandemia de COVID-19 (2020-2021). Cadernos de Saúde Pública, v. 38, p. e00054722, 2022.      

FERNANDES, Tânia Maria. Vacina antivariólica: ciência, técnica e o poder dos homens, 1808-1920. Editora Fiocruz, 2010.

GUIMARÃES, MARCO. Confira porque cada pessoa dos grupos prioritários precisa se vacinar com a dose de reforço bivalente contra a Covid-19. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2023. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/marco/confira-porque-cada-pessoa-dos-grupos-prioritarios-precisa-se-vacinar-com-a-dose-de-reforco-bivalente-contra-a-covid-19>. Acesso em: 13 mar. 2023.

GUIMARÃES, MARCO. Esclareça as principais dúvidas sobre o Movimento Nacional pela Vacinação; entenda porque é importante se vacinar. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2023. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/marco/esclareca-as-principais-duvidas-sobre-o-movimento-nacional-pela-vacinacao-entenda-porque-e-importante-se-vacinar>. Acesso em: 13 mar. 2023.

HOMMA, Akira et al. Atualização em vacinas, imunizações e inovação tecnológica. Ciência & saúde coletiva, v. 16, n. 2, p. 445-458, 2011.

PERES, EDIS. Vacinas bivalentes e monovalentes são igualmente eficazes e protegem contra a Covid-19; saiba mais. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2023. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/vacinas-bivalentes-e-monovalentes-sao-igualmente-eficazes-e-protegem-contra-a-covid-19-saiba-mais>. Acesso em: 11 mar. 2023.

SARINHO, Filipe W. et al. Vacinas COVID-19 e imunobiológicos. 2021.

VICTOR, NATHAN. Quase 2 milhões de doses de vacinas bivalentes foram aplicadas na população. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2023. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/marco/quase-2-milhoes-de-doses-de-vacinas-bivalentes-foram-aplicadas-na-populacao>. Acesso em: 12 mar. 2023.   

VILANOVA, Manuel. Vacinas e imunidade. Revista de ciência elementar, v. 8, n. 2, 2020.

 

Telemedicina: saiba o que é e por que muitos a consideram polêmica

Telemedicina: saiba o que é e por que muitos a consideram polêmica

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O uso da tecnologia no cotidiano gerou transformações importantes nos processos de comunicação existentes na sociedade. Para a medicina, isso não poderia ser diferente. Ao se tornar médico, o profissional encontra, no mercado, opções de serviços e atendimentos que possuem a tecnologia como elemento central. É nesse contexto que se destaca a chamada Telemedicina.

O conceito refere-se a um conjunto de tecnologias, principalmente relacionadas à comunicação, utilizadas para aproximar médicos e pacientes, com o intuito de potencializar o suporte e o repasse de informações. “As atividades de telemedicina são ligadas ao contato de pessoas que não estão fisicamente presenciais. Tais como, teleconsulta médica, teleassistência (médica e paciente) e teleducação, por exemplo”, informa o médico Silvio Benatti.

Os primeiros registros de atividades de telemedicina são da década de 50. Desde então, a técnica se modificou. Se antes os médicos utilizavam apenas a televisão como base tecnológica para contato com pacientes, hoje os computadores, smartphones e tablets também exercem essa função. No Brasil, a telemedicina ficou conhecida nos anos 90, quando a emissão de laudos online tornou-se comum.

Vantagens e perigos da telemedicina

Esse processo avançado de monitoramento de paciente já é utilizado em vários países de forma segura e legalizada, estando de acordo com a legislação e as normas médicas. Os defensores da prática alegam que a telemedicina apresenta uma série de benefícios em relação à medicina tradicional, como a ampliação do contato entre médico e paciente, a agilidade e qualidade dos laudos emitidos e a facilidade de realização de exames.

Entretanto, há profissionais que acreditam que a prática pode ser perigosa, dependendo do contexto e das atividades realizadas, já que a telemedicina pode ser empregada em diversas modalidades, como consultas online, leitura de exames, conversa com os médicos, cirurgia à distância, entre outras. O dr. Silvio Benatti é um dos críticos de determinados usos dessa estratégia.

“Para mim, não poderia haver a teleconsulta com paciente, pois você perde o contato físico, aquele olho no olho real, além de gerar um pobre exame físico. Esse é o principal ponto negativo. Contudo, acredito que os outros aspectos da telemedicina vieram para somar e auxiliar no diagnóstico e tratamento dos pacientes. Por exemplo, eu utilizo, há bastante tempo, a teleducação e a teleassistência. Participo de cursos online, realizo discussão de casos com outros médicos e auxilio na interpretação de exames que não são específicos da área”, pondera o médico.

 Regulamentação da telemedicina

No início deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou uma nova regulamentação a respeito da telemedicina. O documento definia limites e exigências prévias para o uso desse método. Entretanto, entidades contrárias à prática da telemedicina alegaram que não foram escutadas, o que levou à revogação do documento. Mas isso não significou a proibição da telemedicina no Brasil, pois, desde 2002, há uma norma vigente, considerada obsoleta por alguns profissionais, que apresenta diretrizes para a aplicação da prática.

Diante disso, o médico Sílvio Benatti explica a necessidade de uma legislação que abarque todos os benefícios e possíveis prejuízos causado pela prática. “Deve-se regulamentar para que todos falem a mesma língua, para saber o que se pode fazer ou não, e estar dentro da lei e da ética com os pacientes e profissionais que estão envolvidos no caso”, finaliza.

E você? O que pensa sobre a telemedicina? Deixe suas opiniões sobre o assunto para que possamos enriquecer o debate. Acompanhe nosso blog para se informar sobre outros assuntos e ficar por dentro as novidades!

Comunicaçãoa entre médico e paciente

Como a tecnologia pode ajudar na comunicação entre médico e paciente?

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Qualquer pessoa quando procura o atendimento médico busca ser atendida de forma satisfatória e ter seus problemas resolvidos. Entretanto, nem sempre esse desejo é alcançado, e a raiz deste problema pode estar nas dificuldades de comunicação entre médico e paciente. Trata-se de uma relação historicamente assimétrica, o que, consequentemente, faz com que a troca de informações seja problemática e ineficiente.

A vulnerabilidade do paciente, quando em tratamento, faz com que ele sinta uma necessidade muito grande de atenção. Por outro lado, os médicos nem sempre conseguem atender a essa demanda, devido ao grande número de pacientes ou à falta de canais que garantem uma comunicação efetiva. Com a troca de informações comprometida, aumenta-se o risco de erros no diagnóstico, o que gera problemas para a atuação do médico.

Segundo o médico Alexandre Veloso, as dificuldades de comunicação provocam um prejuízo ainda maior para o paciente que vê suas inseguranças sendo potencializadas, justamente por não conseguir estabelecer um contato direto e constante com quem o trata. “O médico, normalmente, é demandado pelo paciente. Então, ele acaba não sendo muito ativo no processo de comunicação. Na perspectiva do paciente, ele tem uma certa dificuldade de acessar o médico. Na maioria das vezes, a única forma de acesso é por meio do telefone ou pessoalmente, e isso nem sempre é eficaz“, explica.

Tecnologias a serviço do médico e do paciente

Com o surgimento de aplicativos de mensagens, esse problema diminuiu, mas não foi completamente solucionado. “Os aplicativos de mensagem encurtam as distâncias, mas nem sempre resolvem o problema. Temos que responder muita gente e as informações podem ficar desencontradas também”, relata o médico.

O caminho para solucionar esse problema está, portanto, no investimento em tecnologias que consigam potencializar o diálogo e, ao mesmo tempo, garantir que as informações trocadas estejam corretas. Para o médico Alexandre Veloso, os aplicativos e plataformas que atuam nessa seara são a melhor forma de registrar informações passadas pelos pacientes, de atender às demandas e, ainda, passar confiança àqueles que os procuram.

“A solução está na tecnologia mobile. Precisamos de um aplicativo que permita uma conexão de dados em tempo real e que esteja atrelado à plataforma do prontuário do paciente, por exemplo. Isso dará agilidade e eficácia maior para o atendimento médico, e a comunicação com o paciente será mais leve e natural. Já passei por situações em que um aplicativo ideal pudesse ter resolvido o problema que existia naquela ocasião. Não dá mais para imaginar o mundo sem esse tipo de tecnologia, sem esse tipo de comunicação“, reflete o médico.

É por meio da compreensão desses problemas que a MedYes trabalha para desenvolver plataformas que funcionam como solução para o atendimento médico e atenção ao paciente. Com o uso correto da tecnologia, foi possível criar softwares médicos que apresentam uma série de benefícios em relação aos modelos de comunicação, registro e trocas de informações que existem hoje no mercado.

E para você? Qual é a melhor forma de usar e garantir uma comunicação eficiente entre médico e paciente? Comente aqui e aproveite também para conhecer as soluções fornecidas pela MedYes.